A cerimônia do
chá, conhecida como "chanoyu" em Japonês, é um passatempo estético
peculiar ao Japão que se caracteriza por servir e beber o "matcha", um
chá verde pulverizado.
Uma Cerimonia do Cha tipica
Há muitas maneiras de realizar uma cerimônia de chá de acordo com a escola que o anfitrião pertence. Elas também variam de conformidade com a ocasião e a estação. Nos elementos essenciais, todavia, há uma semelhança básica.1. Material e utensílios exigidos
1) A "sukiya" ou a casa de chá
É costume muito antigo ter uma pequena casa, denominada "sukiya", especialmente construída para "chanoyu". Ela consiste de uma sala de chá (cha-shitsu), uma sala de preparo (mizu-ya), sala de espera (yoritsuki) e de um caminho ajardinado (roji) que leva à entrada da casa de chá. A casa, geralmente, é localizada numa seção arborizada especialmente criada para esse fim no jardim propriamente dito.
2) Utensílios
Os principais utensílios são a "cha-wan"(tigela de chá), o "cha-ire"(recipiente do cha), a "cha-sen"(vassourinha de chá feito de bambu) e o "cha-shaku"(concha de chá feita de bambu). Via de regra, esses utensílios são valiosos objetos de arte.
3) Trajes e acessórios.
Roupas de cores discretas são preferidas. Em ocasiões estritamente formais, os homens vestem quimono de seda, de cor firme, com três ou cinco brasões de família nele estampados e "tabi", brancas ou meias tradicionais japonesas. As mulheres trajam conservador quimono blasonado e também "tabi", nessas ocasiões. Os convidados devem trazer um pequeno leque dobrável e uma almofada de "kaishi" (pequenos guardanapos de papel).
Roupas de cores discretas são preferidas. Em ocasiões estritamente formais, os homens vestem quimono de seda, de cor firme, com três ou cinco brasões de família nele estampados e "tabi", brancas ou meias tradicionais japonesas. As mulheres trajam conservador quimono blasonado e também "tabi", nessas ocasiões. Os convidados devem trazer um pequeno leque dobrável e uma almofada de "kaishi" (pequenos guardanapos de papel).
2. A cerimônia propriamente dita.
A cerimônia do
chá regular consiste 1) da primeira sessão na qual uma refeição ligeira,
denominada "kaiseki", é servida, 2) da "nakadachi"ou breve pausa, 3) da
"gozairi", a parte principal da cerimônia, onde o "kaicha" ou chá de
textura espessa, é servido e 4) da ingestão do "usucha" ou chá de
textura fina. Toda a cerimônia consome cerca de quatro horas.
Freqüentemente, apenas o "usucha" é servido, o que requer cerca de uma
hora.
1) A primeira sessão
Os convidados,
cinco ao todo, reúnem-se na sala de espera. O anfitrião comparece e os
conduz pelo caminho ajardinado até a sala de chá. Num determinado lugar
do caminho há uma bacia de pedra cheia de água fresca. Ali elas lavam as
mãos e a boca. A entrada para a sala é muito pequena o que obriga os
convidados a rastejar para atravessa-la numa demonstração de humildade.
Ao entrar na sala, que é provida de fogareiro fixo ou portátil para a
chaleira, cada convidado ajoelha-se à frente do "tokonoma" ou nicho e
faz uma reverência respeitosa. Em seguida, com o leque dobrável diante
de si, ele admira o rolo suspenso na parede do "tokonoma". A seguir,
olha do mesmo modo o fogareiro. Quando todos os convidados concluírem a
contemplação desses objetos, eles tomam seus assentos, com o principal
no lugar mais próximo do anfitrião. Depois que o anfitrião e os
convidados trocarem cumprimentos, a "kaiseki" é servida, com os doces
terminando a leve refeição.
A
palavra Kaiseki é composta por 2 ideogramas Kai = Pedra e Seki =
Quente. Quando os monges estavam meditando não havia tempo para preparar
comida, então eles pegavam uma pedra da fogueira e colocavam sob a
roupa no estômago para aquecê-lo.
O Kaiseki vem do nome dado a uma pedra aquecida que os monges Zen usavam para aliviar o estômago das dores causadas pela fome ou pelo frio. Desde então passou a significar uma pequena refeição, suficiente apenas para satisfazer a fome.
2) "Nakadachi"
Por sugestão do anfitrião, os convidados retiram-se para o banco de espera existente no jardim interno próximo à sala.
3) "Goza-iri"
Um gongo de metal
próximo à sala é tocado pelo anfitrião para assinalar o início da
cerimônia principal. È costume fazer soar o gongo cinco ou sete vezes.
Os convidados erguem-se e ouvem atentamente o som. Depois de repetir o
Rito de purificação na bacia, eles entram novamente na sala. Os biombos
de junco suspensos do lado de fora das janelas são retirados por um
assistente a fim de tornar mais claro o ambiente. O rolo suspenso
desaparece e, no "tokonoma", há um vaso com flores. O receptáculo para
água fresca e o recipiente de cerâmica para o chá estão em posição antes
que o anfitrião entre trazendo a tigela de chá com a vassourinha e a
concha de chá dentro dela. Os convidados examinam e admiram as flores e a
chaleira exatamente como fizeram no início da primeira sessão. O
anfitrião retira-se para a sala de preparo e logo retorna com o
receptáculo para água servida, a cocha e o descanso para da tampa da
chaleira ou cocha. Em seguida, o anfitrião limpa o recipiente de chá e a
concha com pano especial denominado "fukusa", fazendo o mesmo com a
vassourinha na tigela de chá contendo água quente tirada da chaleira. O
anfitrião esvazia a tigela, despejando a água no receptáculo de água
servida e limpa a tigela com um "chakin" ou pedaço de tecido de linho.
O anfitrião ergue
a cocha de chá e o recipiente e põe "matcha" (três conchas para cada
convidado) na tigela e tira uma concha cheia de água quente da chaleira,
pondo cerca de um terço dela na tigela e devolvendo o que sobrou à
chaleira. A seguir, ele bate a mistura com a vassourinha até que se
transforme em algo que lembre uma muito grossa sopa de ervilha verde
tanto na consistência como na cor. O chá feito é denominado "koicha". O
"matcha" usado aqui é feito de folhas tenras de plantas de chá com idade
de 20 a 70 anos ou mais. O anfitrião coloca a tigela no seu lugar
apropriado, junto ao fogareiro, e o convidado principal desloca-se de
joelhos, para pegar a tigela. O convidado faz uma reverência com a
cabeça, para os outros convidado e põem a tigela na palma de sua mão
esquerda, sustentando um dos lados dela com a direita. Depois de tomar
um gole, ele elogia o sabor da bebida e, em seguida, toma mais dois
goles. Limpa a beirada da tigela onde bebeu com o "kaishi" de papel e
passa a tigela para o segundo convidado que bebe e limpa a tigela tal
como o fez o convidado principal. A tigela é então passada para o
terceiro convidado, e, seguida, para o quarto, até que todos os cinco
tenham partilhado do chá. Quando o último convidado termina, ele entrega
a tigela ao convidado principal que a devolve ao anfitrião.
4) Cerimônia com "usucha"
O "usucha" difere do "koicha" na circunstância de que primeiro é feito de plantas tenras com a idade de apenas 3 a 15 anos. Ele proporciona uma mistura espumosa.
O "usucha" difere do "koicha" na circunstância de que primeiro é feito de plantas tenras com a idade de apenas 3 a 15 anos. Ele proporciona uma mistura espumosa.
As regras seguidas nessa cerimônia são semelhantes as da "koicha", sendo, as seguintes, as principais diferenças:
a) O chá é feito
individualmente para cada convidado com duas a duas e meia conchas de
"matcha". Espera-se que cada convidado beba toda a sua porção.
b) O convidado
limpa a parte da tigela que seus lábios tocaram com os dedos da mão
direita e, em seguida, limpa os dedos dela com o "kaishi" de papel.
Depois que o anfitrião retira os utensílios da sala, ele faz uma reverência silenciosa com a cabeça para os convidado, dando a entender que a cerimônia terminou. Os convidados deixam a "sukiya", despedido-se do anfitrião.
Fonte: http://www.br.emb-japan.go.jp/cultura/chanoyu1.html
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