sábado

Meisuidate - Otemae da Água da Fonte

 MEISUIDATE: “Fazer chá com água famosa de nascente (meisui). Para que os convidados saibam que a água a ser usada é de renome, o anfitrião decora o mizusashi com corda de palha sagrada ou sela o kamá. Como regra, os convidados solicitam provar a água fria ou quente, pura, antes de tomar o chá. Na tradição da Urasenke, um estilo de balde de poço não lacado como vaso de água (tsurube-mizusashi) decorado com corda de palha sagrada é usado para o meisuidate (cf. Wakazari).”
(Tankosha, Japan, 2007, p. 140).
Nos livros antigos da China que eram reverenciados e seguidos no Japão, especialmente pelos monges, o tema da água tinha muita importância para o chá e ela era parte dos segredos transmitidos. Por exemplo: a água da montanha é a melhor de todas (superior); depois, a água dos rios (média); e, por último, a água de poço (inferior). (cf. “Chaking” – em japonês “Chakyô” – Sutras do Chá, do autor Lu Yu, ano 760, dinastia Tang).

Mas como a gente não tem montanha nem rio de água pura, onde buscar água para o nosso chá, vou copiar a receita do livro “Chanoyu – arte e filosofia”, que ensina a purificar a água da torneira... Cito:
“O mais apropriado é preparar o chá com água natural, mas no caso de preparo com água encanada, eliminam-se hipoclorito de cal de misturas esterilizantes de derivados de cloro reservando a água por aproximadamente meio dia. Com certeza, também, colocando-se carvão ativo por uma noite. (O carvão de madeira ao queimar-se em alta temperatura absorve as diversas substâncias que se encontram na água, eliminando o forte cheiro). Quando for esquentar a água, deixar ferver por três minutos tirando-se a tampa da chaleira após levantar fervura. Ou fazer sair o vapor d’água tirando a tampa da chaleira após apagar o fogo. Em qualquer caso, a maior parte dos elementos que prejudicam o sabor do chá desaparece se deixarmos ferver o suficiente. Ainda, como uma maneira simples para se eliminar elementos como hipoclorito de cal, temos: reservando a água num recipiente de vidro transparente e expondo-a aos raios solares, os raios ultravioletas decompõem os derivados de cloro. É suficiente expor aos raios diretos do sol por 30 minutos” (Chanoyu – Arte e Filosofia p. 223)

Nenhum comentário: